Curso: Arte e Guerra – A Perseguição aos Músicos das Orquestras Alemãs durante o Regime Nazista

Nos dias 14, 15 e 16 de julho terá o curso de extensão Arte e Guerra – A Perseguição aos Músicos das Orquestras Alemãs durante o Regime Nazista na UCP – Universidade Católica de Petrópolis.

Neste curso iremos
• Apresentar o panorama evolutivo do cenário artístico alemão em três períodos distintos;
• Depreender as estratégias persecutórias a opositores do NSDAP empregadas pelo Ministério da Propaganda do III. Reich;
• Evidenciar trajetórias de músicos de orquestras alemães que foram silenciados pela Solução Final;
• Delinear as consequências e impactos gerados na cena musical alemã com a evanescência destes artistas.

Inscrições em: www.ucp.br

No século XVIII, a Emancipação judaica permitiu o ingresso na sociedade alemã de judeus que antes estavam confinados nos guetos, com a sua inclusão, passaram a contribuir, entre outras áreas, no mundo cultural, mais especificamente na música. E é neste cenário que surgem figuras que se tornariam pilares da produção musical alemã, nomes como Felix Mendelssohn-Bartholdy, neto de Moses Mendelssohn, Giacomo Meyerbeer, e, posteriormente, a integração se daria de forma cada vez mais intensa, praticamente rompendo com as linhas demarcatórias entre judeus e alemães e produzindo nomes como Arnold Schoenberg e Walter Bruno. Contudo, o surgimento de um crescente sentimento nacionalista se tornaria obstáculo a uma integração plena e provocaria resistências na aceitação dos artistas judeus. O compositor alemão Richard Wagner lançaria as bases do discurso antissemita na música com a publicação de seu texto Judentum in der Musik, que pautaria o modus agendi dos detratores dos judeus na Alemanha do final do período Guilhermino e durante a República de Weimar, quando encontraria seu ápice através do ressurgimento de publicações como a Zeitschrift für Musik. O ápice desta rejeição à presença dos judeus teria lugar dentro da política cultural do Nacional-Socialismo, em especial a partir de 1933 com a Berufsbeamtengesetz, a Lei para Restauração do Serviço Público e de 1935 com as Leis de Nuremberg. A partir destes marcos, o Antissemitismo seria tornado política de Estado, que procederia de forma a eliminar a presença dos judeus no panorama artístico-musical alemão por meio de instituições como a Reichskulturkammer – a Câmara de Cultura do Reich, e a Reichsmusikkammer – a Câmara de Música do Reich. Este curso pretende analisar a presença dos judeus na música de concerto alemã entre a Emancipação Judaica até o momento em que as vozes (e instrumentos) destes artistas judeus fossem silenciados, na emergência do Partido Nazista ao Poder.